sexta-feira, 3 de maio de 2013

Filme In Treatment (2ª temporada) – CASO OLIVER

FAMA – FACULDADE DA AMAZÔNIA PSICOLOGIA DA ADOLESCÊNCIA Acadêmica: Vera Lúcia Agostini Filme In Treatment (2ª temporada) – CASO OLIVER Resumindo o caso Oliver trata-se de uma família completamente disfuncional, onde os pais (Luke e Bess) se encontram numa fase de divórcio, enquanto o filho (Oliver), um adolescente, se nega a aceitar a separação dos pais. Além dos problemas familiares que Oliver possui, ainda tem que enfrentar outros como o Bullying sofrido na sua escola. Todo esse caótico quadro leva Oliver a se tornar um garoto confuso, inseguro, introvertido e com uma baixa auto-estima. A mãe além de super protetora é uma pessoa completamente descontrolada principalmente no relacionamento com o pai, que por sua vez, é uma figura paterna defasada sem nenhuma iniciativa na solução dos problemas familiares. Oliver vai pra terapia com Paul (o terapeuta) que também tem os seus problemas familiares. A história tem o seu desfecho maior no consultório de Paul. As primeiras sessões de terapia não são muito boas para Oliver que fica desapontado com Paul por não saber um jogo que se encontrava em seu próprio consultório, além de ter que presenciar as constantes brigas dos pais, as reclamações da mãe, que se irrita por perder o controle da situação. Durante o diálogo que mantém com Oliver, Paul percebe que ele ainda não havia se dado conta da separação dos pais, até porque seus pais não conversam com ele sobre o assunto. Inclusive numa conversa com Paul ele frisa sobre um irmão que ganharia e mãe explica a Paul que pensavam em adotar uma criança africana, mas enquanto se preparava para viajar a fim de buscar a criança, Luke abandona a família sem dar nenhuma satisfação. De certa forma Oliver foge da realidade fantasiando uma reconciliação entre os pais. O que mais é acentuado nas sessões de terapia quando os pais são confrontados é observarmos que, os pais são egoístas, não se preocupam como esse relacionamento tumultuado afeta o psicológico do filho. Ninguém assume a culpa, são completamente envolvidos em seus próprios conflitos e tudo isso sendo presenciado pelo filho durante as sessões. Como conseqüência Oliver desenvolve uma obstinada culpa por essa situação. São várias as situações críticas que presenciamos nos diálogos da família. Oliver fica intimidado e se recusa a morar com o pai quando este sugere uma mudança, o pai perde o controle e culpa a mãe, é quase sempre muito difícil chegarem a algum acordo. Quando a mãe fica sabendo que o pai tem uma namorada e o que o filho a conhece fica furiosa e como sempre se inicia uma nova discussão. Paul ganha a confiança de Oliver mantendo um relacionamento amigável com ele, ouvindo sempre seus comentários sobre o quanto se sente culpado e responsável pela separação dos pais, como também pela sua péssima situação escolar (mal nas tarefas, brigas com os colegas), ele demonstra abertamente que gostaria de não existir, talvez assim seus pais se acertassem. Um episódio interessante é quando Oliver acaba dormindo no sofá do consultório de Paul enquanto aguarda os pais conversarem com ele. Como o garoto não conseguia dormir na casa de seus pais, eles ficam perplexos com o fato. Isso mostra claramente que o garoto não se sentia bem com seus pais. O ápice do relacionamento caótico familiar acontece quando Bess decide mudar de cidade, iniciando-se uma nova discussão porque Paul se recusa ficar com Oliver. É muito interessante esse fato da mãe querer abrir assim tão facilmente mão do seu filho, eles vivem realmente um jogo de interesses próprios. E quando Oliver é questionado sobre a situação da mudança, recusa-se terminantemente a ficar com seu pai e também não quer ir morar com a mãe em outra cidade; finalmente Oliver consegue verbalizar a verdade que camuflava dentro de si muito tempo com receio de ferir os pais e fala a verdade de não queria mesmo era morar com o pai. Oliver apela para Paul que o deixe morar com ele, quando a recusa é verbalizada Oliver fica muito agressivo e fala do seu desapontamento com a atitude do terapeuta se sentindo mais uma vez rejeitado, culpado e foge da presença deles. Finalmente Paul desperta da sua indolência terapêutica e convoca os pais para uma séria conversa que deveria ter sido feita nas primeiras sessões terapêuticas, fazendo-os refletir sobre as suas verdadeiras posições em relação ao filho: a negligência, o egoísmo, a falta de amor. Sua resposta ao desabafo e acusação dos pais é a seguinte: “meu trabalho é defender o Oliver. Ele precisa de uma casa onde se sinta seguro”. Os pais enfim enfrentam a realidade, assumem suas culpas, reconhecem suas teimosias, relembram várias situações ocorridas no casamento. Luke reconhece que nunca soube cuidar do filho, que nunca quis ser pai, lhe vem à memória o difícil relacionamento com seu pai, suas frustrações. Oliver por insistência dos pais resolve conversar com Paul, uma conversa franca e aberta é travada entre os dois, onde Oliver toma consciência de que vai enfrentar um novo estilo de vida, e ele decide ir morar com a mãe. Prognóstico do caso: De acordo com a situação acima descrita, percebe-se claramente o desfecho de um péssimo prognóstico. A insegurança do garoto em relação à sua convivência tanto com a família como com a escola, traria certamente um resultado desastroso onde acentuaria cada vez mais seu sentimento de rejeição, culpa, aumentando cada vez mais sua baixa auto- estima. A tendência de o Oliver desenvolver uma depressão é muito grande, tendo em evidência ainda o desenvolvimento de psicopatologias sérias e com muito mais dificuldade de recuperação. Conclusão O terapeuta fez muito pouco por essa família completamente desestruturada emocionalmente, que deveria ser confrontada e orientada imediatamente ao ser procurado para realizar terapia com o filho; tentando acima de tudo uma solução mais conjugal, do que a relação pais e filhos. Atitudes que tomaria nesse caso enquanto psicóloga na orientação aos pais: • Uma das primeiras atitudes seria confrontar (choque) os pais sobre o negligente papel que estavam tendo no tratamento com o filho em relação à sua separação e também na sua educação. O egoísmo, a falta de responsabilidade, a prioridade do garoto em jogo. • Conscientizá-los sobre a verdadeira realidade e as conseqüências psicológicas que seus atos estavam causando na vida do filho. A necessidade de um novo estilo de vida, de novas tomadas de decisão em que priorizassem o filho acima de tudo. • Orientá-los sobre a necessidade da terapia familiar (individual). Uma vez que ambos os pais tinham seus traumas e complexos. Atitudes para acessar os conteúdos do menino: • Ganhar sua confiança. Usar estratégias no sentido de descobrir o que o garoto gosta de fazer. (No contrário ao caso falho do Paul em não conhecer o jogo) • Resgatar a auto-estima e auto-imagem defasada do garoto (se achava gordo, feio, isolado dos colegas, incompetente). Explorar seus pontos positivos, usar técnicas adequadas para tal, como por exemplo, a descatexia, a catarse, etc. • Desmistificar a fantasia em relação à reconciliação dos pais, fazê-lo tomar consciência da verdadeira realidade. • Trabalhar em cima dos pensamentos distorcidos, em pensar que seus pais não o amavam e que ninguém gostava dele. • Exploraria mais sessões com os pais, porém, sem a presença do filho